sexta-feira, 1 de abril de 2011

Suricata

O corpo é esguio, o focinho pontiagudo e possuem manchas negras em torno dos olhos. A pelagem é castanha e apresenta riscas negras na parte terminal do dorso; a extremidade da cauda é negra. Possuem, ainda, longas garras, nas patas dianteiras.
Alimentação: Alimentam-se principalmente de insectos (principalmente larvas de escaravelhos e de borboletas); também ingerem milípedes, aranhas, escorpiões, pequenos vertebrados (répteis, anfíbios e aves), ovos e matéria vegetal. São relativamente imunes ao veneno das najas e dos escorpiões, sendo estes, inclusive, um dos alimentos que mais apreciam.
Comportamento: São diurnas e muito sociáveis. Saem dos abrigos assim que o dia começa a aquecer e procuram alimento na sua proximidade, sob pequenas rochas ou escavando junto de raízes. É, também, frequente serem vistas a apanhar sol junto à entrada das tocas ou erguidas sobre as patas traseiras a farejar o ar. Têm sempre sentinelas que avisam os restantes elementos do grupo da aproximação de um predador terrestre ou aéreo. Vivem em colónias familiares de 10 a 15 indivíduos, geralmente (embora possam atingir as três dezenas de animais). Cada colónia é constituída por duas a três unidades familiares, sendo cada uma, por sua vez, formada por um casal adulto e a respectiva descendência. As suricatas abrigam-se num complexo sistema de túneis subterrâneos. O sistema de túneis é escavado pelas próprias suricatas (com o auxílio das fortes garras das patas dianteiras), mas é muitas vezes partilhado com mangustos-amarelos (Cynictis penicillata) e esquilos-terrestres africanos (Xerus sp.). As suricatas são dominantes e, por vezes, hostis para com estes últimos. Os abrigos subterrâneos das suricatas medem, normalmente, cinco metros de diâmetro, possuem 15 orifícios de entrada e consistem em dois ou três níveis de túneis, que descem até cerca de 1,5 metros de profundidade e se interligam por câmaras com perto de 30 cm de diâmetro; em zonas rochosas, os animais aproveitam os orifícios naturais. Cada colónia pode possuir cinco abrigos subterrâneos e mais de uma centena de pequenos refúgios, distribuídos por uma área de 15 km2. Os grupos podem deslocar-se 6 km por dia, usando diferentes abrigos subterrâneos para dormir. As suricatas defecam, normalmente, em latrinas comunitárias. São territoriais e marcam as vizinhanças das tocas com fezes e secreções das glândulas anais. Os contactos entre diferentes grupos podem ser bastante conflituosos. Pelo contrário, os elementos de cada grupo são muito amistosos: “abraçam-se” e cuidam mutuamente da pelagem com frequência. Apesar de existir alguma especialização dos elementos de cada grupo nas várias áreas, tais como, a segurança, a defesa, a marcação de território, o “baby-sitting” e a liderança, existe também uma enorme entreajuda e uma regular rotatividade de tarefas, que os indivíduos aceitam tranquilamente. As suricatas estão em comunicação constante entre si e possuem várias vocalizações, inclusive sons diferentes para predadores aéreos e terrestres. São relativamente dóceis para com o Homem, sendo muitas vezes mantidas em quintas, na África do Sul, como caçadoras de roedores.
Reprodução: A reprodução dá-se de Agosto a Novembro e de Janeiro a Março (durante a estação húmida); em cativeiro, pode ocorrer em qualquer altura do ano. O acasalamento é precedido de pequenas “dentadas” amistosas no focinho. O período de gestação é de 77 dias, após as quais nascem duas a cinco crias (normalmente três a quatro). Pensa-se que cada fêmea tem apenas uma ninhada por ano. As crias nascem no interior do abrigo subterrâneo e aí permanecem durante as primeiras semanas de vida, ao cuidado de um adulto (nunca a mãe, que tem de procurar alimentar-se para conseguir amamentar). Só abrem os olhos aos 10 a 14 dias de idade e o período de amamentação dura sete a nove semanas. Quando as crias saem do abrigo, mantêm-se muito juntas e para esse fim emitem constantes “vocalizações de contacto”. A mãe ensina-as a comer incitando-as a morder os alimentos que ela segura com os dentes. No entanto, todos os elementos do grupo participam na nutrição das crias, trazendo-lhe os alimentos mais “macios” que conseguem encontrar. Atingem a maturidade sexual com um ano de idade.

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