A maior das rapinas nocturnas portuguesas, o bufo-real é uma das
espécies mais cobiçadas pelos observadores de aves, mas nem
sempre é fácil de encontrar.
Identificação :
Enorme, com os seus 60 cm de tamanho o bufo-real é inconfundível.
Possui dois penachos sobre a cabeça, que fazem lembrar duas
"orelhas". Os olhos, muito grandes, são cor-de-laranja.
O seu canto "Uhu" pode ser ouvido a vários quilómetros de distância
Abundância e calendário :
Tal como a maioria das outras rapinas nocturnas, o bufo-real raramente aparece de dia, o que torna a sua
observação bastante difícil e pode dar a ideia de se tratar de uma espécie muito rara. Contudo, esta espécie
não é especialmente rara e pode mesmo ser encontrada com regularidade em certas zonas no interior. No
entanto, devido aos seus hábitos nocturnos é mais facilmente ouvida que vista. A sua actividade vocal é
mais intensa nos meses de Inverno (particularmente de Novembro a Fevereiro).
Onde observar :
As zonas remotas do interior, especialmente onde existam grandes afloramentos rochosos, são
as preferidas pelos bufos-reais. No entanto, trata-se de uma espécie bastante sensível à
perturbação, sobretudo nos locais de nidificação.
Entre Douro e Minho – conhece-se a presença desta espécie na serra de Arga, na serra
Amarela e na zona de Castro Laboreiro (serra da Peneda).
Trás-os-Montes – nesta região, destaca-se o Douro Internacional, particularmente a zona
de Miranda do Douro e o Penedo Durão.
Litoral centro – pode ser encontrado nas serras de Aire e Candeeiros e na serra da
Freita, embora seja bastante raro na região.
Beira interior – trata-se de uma rapina nocturna presente no Tejo Internacional e nas
Portas de Ródão, bem como no vale do Águeda, perto de Figueira de Castelo Rodrigo.
Lisboa e Vale do Tejo – ocorre na serra de Montejunto e junto ao cabo Espichel, embora
em densidades bastante baixas.
Alentejo – o bufo-real tem uma distribuição ampla nesta região, podendo ser visto na
serra de São Mamede, nos montados de Cabeção, em Monfurado e ao longo do vale do
Guadiana e seus afluentes, nomeadamente as zonas de Moura, Barrancos e Mértola.
Algarve – está presente nos vales de alguns afluentes do Guadiana (região de Alcoutim),
e na zona da Rocha da Pena.
Sem comentários:
Enviar um comentário